Quando terminei de ler Scrum: A Arte de Fazer o Dobro do Trabalho na Metade do Tempo, do Jeff Sutherland, me peguei surpreendido com a profundidade da ferramenta e sua conexão com a comunidade. Alinhando com as demais leituras que realizei, lembrar que o coletivo sempre esteve no coração do trabalho humano, desde os povos originários até os agricultores que plantam letrados pela natureza.
Fica muito claro com o caminhar das páginas que o Scrum não foi inventado em salas de reunião de startups, nem mesmo em laboratórios ultramodernos futuristas. Ele sempre existiu, não de forma sistematizada, mas no cerne de comunidades tradicionais que entendiam o valor do trabalho como algo coletivo, com ritmo sustentável e com conexão entre o que fazemos e quem somos. Trabalho não é sprint, é ciclo. É gente.
Krenak relata que em comunidades de povos originários o trabalho nunca era separado da vida. Não havia “horário comercial” ou metas desconectadas do bem-estar da comunidade, aquilo era algo norteador para todos. As tarefas eram feitas em grupo, com pausas naturais, celebrações e um senso profundo de propósito.
Os agricultores tradicionais também entendem sobre isso, já aplicam o que hoje chamamos de Scrum há bastante tempo. Não plantam tudo ao mesmo tempo porque seguem outra logica, a logica do tempo, das estações, respeitando os ciclos da terra. Colhem em comunidade, porque são colheitas feitas de pessoas para pessoas, o trabalho é um lugar de conexão, de compartilhamento de saberes e experiências. É um trabalho feito a várias mãos, onde cada etapa é celebrada, entendendo que é o processo que importa.
Eles já praticavam algo muito parecido com o Scrum moderno: Dividem as demandas entre todos, com transparência e empatia; trabalham juntos para um bem em comum, com o menor atrito possível. A definição é basicamente a mesma, mas com um diferencial que mudo tudo, o objetivo não é acumular, mas viver bem.
No livro, Sutherland fala sobre o “Happiness Metric”, uma forma de medir a satisfação das equipes. Mas será que isso é mesmo uma invenção corporativa?
Quanto mais me aprofundo em autores que abordam culturas ancestrais, fica claro que a felicidade do grupo sempre foi prioridade. Nas tribos, se alguém estava cansado ou desanimado, a comunidade se reunia para entender o porquê, era sobre cuidar das pessoas para que o trabalho fizesse sentido.
No fim, tive a surpresa de Scrum ser muito mais que uma simples ferramenta para fazer mais em menos tempo, mas uma nova ótica sobre algo conhecido (oi, bell hooks! Ensinando comunidade tá na lista de 2025.). Se quiser mergulhar mais nesse tema, o livro Scrum tem histórias incríveis sobre isso – vale a leitura!
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